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ALEGRAR-SE NO SENHOR

    João Batista ganhou grande popularidade entre os judeus de seu tempo ao ser reconhecido como profeta de Deus. Então foi interrogado pelos emissários dos sacerdotes e levitas de Jerusalém (cf. Jo 1,19), se ele era o Ungido ou Messias, o Cristo; se ele era o profeta Elias, esperado como precursor da vinda do Messias, o próprio Elias e ainda, se era o Profeta, o novo Moisés esperado.  

Às três perguntas, João Batista respondeu: “Não sou”. Diante da surpresa de seus interlocutores, estes lhe perguntaram então quem ele era. “João declarou: Eu sou a voz que grita no deserto. Aplainai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías” (Jo 19 23).  E, novamente interrogado porque então batizava se não se identificava com nenhuma das três personagens esperadas para o tempo do Messias, respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está Aquele que vós não conheceis e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias” (Jo 1, 26-27).

São João Evangelista, no trecho hoje proclamado, diz que João Batista “não era a luz mas veio para dar testemunho da luz” (Jo 1, 8). Jesus, sim, é “a luz que ilumina todo homem que vem a este mundo! ”  (Jo 1, 9b-10). João se considerava indigno até de desatar-lhe as correias das sandálias, menos pois que um escravo, como Jesus se apresentou na Última Ceia, ao lavar os pés dos apóstolos. João, portanto, veio para preparar os caminhos do Senhor que já estava no mundo. Esta a motivação de sua alegria e de sua missão profética, como posteriormente apresentou-O como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” (cf. Jo1,37).

O salmo de Meditação nos apresenta o cântico da Virgem Santa Maria, no encontro com Santa Isabel, a mãe de São João Batista, na expectativa de seus filhos. Maria canta as misericórdias do Senhor e se alegra pela vinda do Messias que trazia em seu seio. Também nós somos chamados à alegria, portadores e profetas da alegria. 

O profeta Isaías, livro que estamos lendo todos os dias na Liturgia do Advento, também nos convoca à alegria, porque o Messias vem para consolar o seu povo, para libertá-lo das cadeias de toda escravidão e do pecado, com um tempo de graça e de perdão. E estamos vivendo este tempo! Arrependamo-nos de nossos pecados e experimentemos a alegria de Deus!

 Para nós, cristãos, o Advento é mais do que de expectativa da vinda do Senhor no Natal e de sua segunda vinda gloriosa, é a de saber que Jesus continua vivo em nosso meio. Assim professamos na Missa, ao responder à monição sacerdotal: “Ele está no meio de nós! ”

    A atualidade parece trazer algo de desencanto e tristeza, por causa das muitas guerras, das injustiças, da confusão política em nosso País e no mundo e da atual pandemia. Mas, devemos, como cristãos, ser portadores da esperança, como João Batista, como Nossa Senhora e São José. O mais urgente nos dias atuais é testemunhar que Jesus vive e é o Senhor. Que o seu primeiro Natal na celebração litúrgica que se aproxima, pode ser a realidade de cada dia, para além dos presentes e das festas. 

Na segunda leitura de hoje, o Apóstolo São Paulo, ao convidar-nos a nos alegrar sempre no Senhor, diz:  “Não apagueis o fogo Espírito” (1Ts 5, 19), que nos foi concedido no Batismo.  O Espírito Santo  é a fonte da alegria, de nossa força e empenho pela libertação de todos de os males. Por isso, “estai sempre alegres! Rezai sem cessar” (1Ts 5, 16-17). Aquele que nos chamou é fiel; ele sempre realizará isso (cf. 1Ts 5,24).

+ Miguel Angelo Freitas Ribeiro

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