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AS RAZÕES DA NOSSA ESPERANÇA

Tempos difíceis como os que vivemos costumam ser momentos de desesperança e depressão.  Muitos se acham perdidos e sem rumo diante dos limites impostos pelos cuidados com a própria saúde e do próximo; pela perda de entes queridos de quem muitas vezes nem puderam se despedir e pela crise econômica que ameaça a vida de tantos. Hoje, sentimos próxima a realidade de milhões de irmãos reduzidos à miséria nas favelas, nos campos e nas regiões da seca em nosso País; nas periferias das grandes metrópoles urbanas dos países ricos; alimentada pelas máfias do dinheiro, da exploração sexual, das drogas e pela perseguição religiosa e na África e Ásia, onde à pandemia se juntam às guerras fraticidas entre povos diversos. Não nos iludamos: muita gente continua a aproveitar-se da miséria para acumular fortuna, “comprando o pobre na bacia das almas”, como expressa antigo ditado popular. Oxalá, passado esse tempo, possamos redescobrir um novo meio de administrar os bens da terra que Deus nos concedeu a todos, com mais justiça e equidade.

Os cristãos, no entanto, precisamos não só viver de esperança, mas estar prontos a dar ao mundo “as razões da nossa esperança” (cf. IPd 3,15-18), como nos exorta o apóstolo São Pedro.

A esperança brota e se identifica com a fé em Jesus morto e ressuscitado. Este é o anúncio mais urgente que o mundo precisa receber. Mas, como dar ao mundo as razões de nossa esperança se vivemos na indiferença, como se Deus não nos importasse e nos esquecemos que, em Jesus, Ele continua Deus conosco? Como anunciar Jesus se não buscamos observar seus mandamentos? Ele nos adverte: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14, 15).  

Como ser portadores do anúncio da alegria, se nos descuidamos de ouvir e nos deixar conduzir pela presença do Espírito Santo Paráclito, nosso defensor, protetor, assistente, acompanhante e consolador, prometido por Jesus e derramado sobre a Igreja em Pentecostes e que, pelo batismo, nos fez seus templos?

Jesus nos diz que o Espírito Santo permanece junto a nós e dá continuidade à sua obra redentora (cf. Jo 14,16). Foi sua presença que animou os apóstolos a partirem, após a morte de Santo Estevão, e anunciar Jesus, Caminho, Verdade e Vida ao mundo inteiro. É o Espírito Santo que continua a suscitar na Igreja novos apóstolos do Evangelho e, para além dos seus limites sociológicos, profetas de paz e de esperança porque “Ele sopra onde quer “ (Jo 3,8).

Somente Jesus nos garante a tranquilidade e a alegria, a serenidade e a superação da angústia existencial. Com Ele, por Ele e nele, tudo podemos superar, porque Ele venceu o mundo (cf Jo 16,33) e nos recorda, cada dia, sua palavra: “Não tenham medo! ” (Jo 16,33)

Que Nossa Senhora, Mãe da Santa Esperança, nos obtenha de seu Filho Jesus a obediência ao Santo Espírito, para sermos no mundo fiéis imitadores de sua vida toda entregue a Deus; viver e anunciar a Palavra que nos salva e salva o mundo, até que um dia, possamos gozar de sua presença junto de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo! Amém.

+ Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro

Imagem – site da Comunidade Católica Shalom

2 comentários sobre “AS RAZÕES DA NOSSA ESPERANÇA

  • Maria das Mercês Ribeiro Rodrigues

    Amém e o Deus da misericórdia nos acompanhe em nossa missão. Mensagem rica e profunda que nos leva a esperança e nos consola em nossa fraqueza.

  • MARIZA APARECIDA de Oliveira Castanha

    Boa noite. Sua benção Dom Miguel.
    Sua reflexão me fez sentir que temos um DEUS que não nos deixa só mas está ao nosso lado sempre e em qualquer situação que vivamos. OBRIGADO pelas belas palavras de fé ao meu coração quando refleti sua mensagem. Amém

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