CELEBRAÇÃO DOS 30 ANOS MARCA DNJ DE MORRO DO FERRO
A maior parte das mais de mil pessoas presentes no Dia Nacional da Juventude do último domingo (21), em Morro do Ferro, não estava presente no primeiro DNJ da Diocese de Oliveira, realizado em 1988, na cidade de Santo Antônio do Amparo. Mas a história segue sendo tecida na memória de quem prossegue com o trabalho de base da Pastoral da Juventude. E foi ele que motivou a celebração, não só das três décadas do evento, mas da Cultura de Paz – tema central proposto para a juventude de todo Brasil.
Através de apresentações artísticas e campanhas realizadas pelas foranias, os jovens deram seu recado sobre vários dos temas inseridos na proposta do DNJ, como o combate à violência, a promoção do protagonismo feminino e o desarmamento. Durante a Missa, o bispo diocesano, Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro, conclamou os jovens a terem esperança e entender que o seguimento à Jesus pede renúncias ao poder. O pastor lembrou ainda que participou de quase todos os DNJ’s da diocese, mesmo quando era padre. Ele destacou a tradição e a força de evangelização e fortalecimento dos grupos de jovens resultantes da atividade.
Quem está com a expectativa de frutos para o grupo de jovens é uma das coordenadoras do “Unidos pela Fé”, Heloísa Leão. “Sem dúvidas o DNJ foi uma porta aberta para os jovens da nossa comunidade, que estavam ali presentes, a se interessarem pela PJ. Felizmente ganhamos alguns e estamos gratos por isso. Percebemos que nosso DNJ fez diferença na vida de alguém. Além disso, todos os temas e campanhas que foram abordados fazem parte do nosso cotidiano e são excelentes para serem conversados e discutidos em reuniões do nosso grupo”, refletiu.
O destino recolocou o pároco da Paróquia de São João Batista, Pe. Jailson Salvador, à frente de uma atividade da PJ depois de ter concluído seu período na assessoria diocesana há 12 anos. O desafio de liderar, ao lado dos jovens, a organização de um evento diocesano mostrou-se uma surpresa animadora quando descobriu que o DNJ deste ano representava o marco das três décadas.
“Foi uma honra poder preparar a celebração dos 30 anos do DNJ na Diocese de Oliveira. As mutações se mostraram belas e comprometidas com a transformação social querida por Jesus”, descreveu. Para ele, um dos fatos marcantes de todo esse período foi observar como pessoas que passaram pelo processo de formação da PJ conseguiram discernir sua missão e vocação na vida profissional e social.
É o caso de Elisa Almeida, da cidade de São Tiago. A professora liderou os jovens da cidade numa apresentação que recordou a história do DNJ, destacando o caráter de luta social do evento. Ao observar a apresentação, Pe. Jailson lembrou com alegria do tempo em que assessorou Elisa nos trabalhos pejoteiros do início dos anos 2000. Sentimentos que ele afirma continuarem vivos em seu coração. “Não desconsidero os impasses provocados pelo atravessamento das adicções, violência, morte e as desigualdades de oportunidades. Não escolhi naturalizar as juventudes para amortecer a angústia. Deste modo, exprimo o que de intenso me marcou nestes 30 anos do DNJ”, destacou.
A comunidade de Morro do Ferro abraçou o DNJ e colaborou com toda organização. Heloísa Leão informou que a avaliação da equipe foi positiva. A jovem agradeceu o empenho de todos e o carinho pela juventude demonstrada pelas demais pastorais e movimentos da paróquia.
APRESENTAÇÕES REFLETEM CULTURA DE PAZ
“Juventudes: construindo uma cultura de paz”. O tema do DNJ 2018 motivou a equipe de preparação a propor um desafio para os grupos e foranias. Através de vários subtemas, os jovens organizaram apresentações que abordaram algumas das dimensões da temática, inspirada na Campanha da Fraternidade, que tratou da superação da violência.
A Forania de Nossa Senhora de Oliveira promoveu a campanha “Por elas que florescem”. As jovens pejoteiras produziram uma série de materiais para as redes sociais lembrando do protagonismo feminino e da luta pela igualdade de gênero. Alice Castro, de Carmo da Mata, participou do movimento. Segundo ela, a ideia foi lembrar de grandes mulheres da história para reafirmar o quanto cada uma das pejoteiras também é importante.
Para isso, a forania caracterizou várias das jovens como mulheres marcantes do cenário nacional e internacional. Na apresentação, desde Maria mãe de Jesus até a cantora Elza Soares foram lembradas. A mensagem ainda pedia um basta à violência contra as mulheres.
“Nossa realidade ainda é muito marcada pela violência e desigualdade em relação a mulher. Para que haja uma cultura de paz é preciso que se acabem essas injustiças. Pensando nisso, a apresentação buscou valorizar a mulher por meio da entrega de flores às jovens presentes: as flores simbolizam a delicadeza, o contrário de violência. Além disso, representamos mulheres que contribuíram para que nossa realidade seja melhor. Fui Irmã Dorothy Stang por um momento e foi muito importante pra mim representar alguém tão forte que lutava para que os povos da floresta tivessem paz”, descreveu Alice.
A Forania de Nossa Senhora do Carmo abordou o tema “Educação para uma cultura de paz, desarmamento e direitos humanos”. Usando exemplos de situações de violência presentes na sociedade, os jovens escolheram a Oração de São Francisco para passar uma mensagem de paz. Ao final da intervenção, um jovem representando o santo pacificador aparecia levando a mensagem transformadora de enfrentamento às violações que ocorrem na sociedade.
Para Pe. Jailson as apresentações retratam muito do que foi o DNJ ao longo da história. Sempre abordando temas de interesse social, o evento tornou-se um grito das juventudes que sonham com um mundo melhor através da mensagem cristã. “A PJ é um estilo de vida que a gente experimenta, assimila valores, amadurece posicionamento e não pode não se engajar na construção da vida”, refletiu.
O pároco ainda acrescentou: “viver este clima depois de 12 anos de uma vivência cotidiana da PJ foi aromatizar a vida do perfume da esperança, como diz o papa Francisco”, finalizou.
Outros destaques foram o momento mariano e a adoração ao Santíssimo, conduzida pelo assessor diocesano da PJ, Pe. Josalan. O presbítero rezou pelas juventudes e pelos grupos da Diocese, pedindo bençãos e força de perseverança. Ao final, ele deu a benção encerrando o DNJ.
DNJ NA DIOCESE
O Dia Nacional da Juventude (DNJ) é celebrado na Igreja do Brasil desde 1985, quando foi vivenciado o Ano Internacional da Juventude. A organização ficava à cargo das Pastorais da Juventude que, além da PJ, incluem a Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), a Pastoral da Juventude Estudantil (PJE) e a Pastoral da Juventude Rural (PJR). Desde 2011, a CNBB, através da Pastoral Juvenil, que inclui, além das PJ’s, as outras expressões de juventude, constrói o material e cartaz. A partir de então, as temáticas têm seguido também a sintonia com as reflexões das Campanhas da Fraternidade.
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