DOM MIGUEL PLANEJA CRIAÇÃO DE NOVA PARÓQUIA EM OLIVEIRA
Em uma tarde ensolarada, Dom Miguel percorre as ruas de Oliveira, sede da Diocese que pastoreia, atento às mudanças no município. Espantado com o aumento populacional, discorre sobre planos pastorais e revela sua angústia com a necessidade de dar atendimento espiritual a todos que precisam nas 30 paróquias sob sua responsabilidade episcopal. É em meio a essa análise que ele revela um desejo próximo: a criação de uma nova paróquia na sede diocesana. E ele já tem a ideia formatada: será a futura paróquia abençoada por Nossa Senhora do Rosário.
A igreja dedicada à Virgem, no Bairro do Rosário, tem boa estrutura física e já congrega a comunidade em celebrações, festas e atividades pastorais. Atualmente, pertence à paróquia de Nossa Senhora de Oliveira. No seu entorno, há o surgimento de novos bairros e muitas construções de residências, que a colocam numa região cada vez mais densa. No entanto, embora o plano seja consistente, não há previsão para que se concretize. “Será nos próximos anos”, limita-se a afirmar.
O plano do bispo prevê integrar à nova paróquia as comunidades urbanas do Cristo Redentor, Nossa Senhora Aparecida do Barro Preto, Santo Onofre e São Francisco de Assis do Triângulo. Também está prevista a inclusão das comunidades rurais de Santo Expedito, nos Faleiros, e de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Mandembo.
Para Dom Miguel, a criação de uma paróquia fortalece as comunidades e permite o aumento de lideranças. “É também uma forma de atender ao chamado do Papa que nos pede para sair do centro e ir às periferias”, reforça. Segundo o bispo, o atendimento em uma paróquia tende a ser mais personalizado e favorecer o despertar vocacional.
Um dos temas citados como fonte de embasamento para a decisão é o que trata o documento 100 da CNBB, o “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. No texto, a Igreja assume o compromisso de articular paróquias descentralizadas e com organização pastoral viva nas diversas comunidades que a compõem. Para Dom Miguel, nuclear uma paróquia permite maior atenção à essas comunidades, além de despertar lideranças.
Perguntado sobre possibilidade de criação de novas paróquias na Diocese, o bispo ressaltou que há novos planos. O desafio maior é contar com mais sacerdotes. Ciente das dificuldades, ele mostra confiança na Providência Divina e pede a oração por santas e numerosas vocações.
Até a formalização da nova paróquia, a Diocese de Oliveira caminha com suas 30 paróquias e tantas peculiaridades de seu chão pastoral: a fé devocional, o grande número de comunidades rurais e um crescente número de edificação de capelas. Sobre estas, aliás, Dom Miguel fala com entusiasmo: “cada novo cruzeiro ou capela é um motivo de reunir o povo e começar a organização pastoral”. De fato, a Igreja viva é formada pela reunião dos fiéis e seu desejo de louvar à Deus e trabalhar na construção de seu Reino.
Textos e fotos: Vinícius Borges