EVANGELIZAÇÃO EM SAÍDA
O Evangelho de hoje, como sempre, nos traz grandes lições. “Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André” (Mc 1,29). Ali, curou a sogra de Pedro e, “à tarde, depois do pôr do sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios” (Mc 1, 32.34). O Evangelista distingue entre as doenças e a ação do demônio.
Um dos motes do Papa Francisco é a necessidade de que sejamos, a partir de nossas paróquias e comunidades, “Igreja em saída”, que vá ao encontro dos afastados, das “periferias existenciais e geográficas”. Jesus nos dá o exemplo: depois de ensinar na sinagoga, vai às casas dos apóstolos. O distanciamento social, as celebrações on-line e a interrupção da catequese em razão da pandemia nos colocam diante do desafio de ir às famílias, ao encontro de suas necessidades e problemas. E, apesar de nossas limitações, podemos esperar em nossas portas, passado o auxílio emergencial, a multidão de pobres e desvalidos.
Depois de um dia de cansaço, “de madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto” (Mc 1,35). Necessitava ouvir, no silêncio, a voz do Pai que o enviara. Todos nós temos a mesma necessidade. Nossa missão será inútil, se não damos tempo à escuta de Deus em nossa vida e poderemos errar ou trabalhar inutilmente.
E, quando Jesus, foi procurado pelos apóstolos que lhe disseram que todos O estavam procurando, Ele respondeu: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois para isto que Eu vim” (Mc1,38).
Penso em nossas comunidades e periferias: Não é por serem pequenas ou pobres, que não precisam de nossa atenção. Por esses motivos, é que mais demandam nossa presença e afeto paternal de pastores e fiéis, que não buscam o lucro, mas a salvação do rebanho. Dirigindo-se aos presbíteros, assim se expressou São Pedro: “Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele, não como por coação, mas de livre vontade, como Deus o quer, nem por torpe ganância, mas por devoção, nem como senhores daqueles que vos couberam por sorte, mas antes como modelos do rebanho” (1Pd 5,2-3).
A cada ano, em razão de nossa ausência pastoral de pastores e fiéis, muitos que foram batizados católicos se demandam para as comunidades neopentecostais, onde se lhes oferecem, não o Evangelho Vivo, mas a pretensa solução para ambições e projetos pessoais. A sogra de Pedro compreendeu o que era ser discípula. Ao ser levantada da cama, curada de sua febre, começou a servir os apóstolos e discípulos do Senhor (cf. Mc 1,31b).
O apóstolo São Paulo diz: “Pregar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição” (1Cor 9,16). Façamos o bem enquanto é tempo: “nossa vida é um sopro”, nos recorda o Livro de Jó, no mais fundo de seu sofrimento (cf. 7,7). Mas, Jesus veio e tocou todas as nossas realidades humanas.
Também Nossa Senhora, depois de receber o anúncio de que seria a Mãe do Messias, se coloca a serviço de Isabel. Peçamos a Nossa Senhora e São José que nos ajudem a sair de nós mesmos, para ir em busca do irmão no anúncio e serviço do Reino de Deus. Amém.
+ Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro
O senhor disse m disse muito bem como o papa Francisco pede evangelizar em saída. Escutei a homilia do padre Alfredo Viana que disse que assim como Jesus pregou aos discípulos para irem para as casas e permanecer até quando for permitido. Padre Alfredo salientou que podemos aproveitar este tempo e profetiizar os próximos a nós os de casa . Eu gostei muito. A sua benção