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FÉ EM TEMPOS DE TRIBULAÇÃO

Jesus, na instrução dada aos discípulos, isto é, a todos nós, não escondeu as dificuldades da missão, num mundo que rejeita Deus e mergulha sempre mais no pecado. Os discípulos, individualmente, e a comunidade dos discípulos, a sua Igreja, conheceriam dificuldades e perseguições, como os profetas de Israel ou como o próprio Jesus, incompreendido pelos chefes do povo e traído por um dos Doze. Mas não devemos temer. “Não tenhais medo” (Mt 10, 31), disse Jesus. Se as dificuldades viriam, não só do exterior, mas também do interior das comunidades, a certeza de que Deus está conosco, nos impulsiona. Afinal, diz São Paulo “o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos” (Rm 5, 15d).

 Nosso tempo é de propagação de mentiras e de multiplicidade tão grande de informações contraditórias, que podemos correr o risco de perder o foco de nossa vida: amar e servir. O medo pode se instalar de tal modo em nós, que nos paralise e nos impeça de ter os pés na realidade e olhar esperançosos para o futuro. Se Jesus disse, a respeito de seu ensinamento, que nada há de encoberto que não seja revelado e nada de escondido que não seja conhecido” (Mt 10,26), esta afirmação tem sua validade para todas as coisas, porque a luz tem mais direito que as trevas e a verdade mais direito que a mentira. A mentira só cria cascas em nossa vida e na sociedade. A verdade, se aparentemente fere, cura e liberta.

Em tempos difíceis como o nosso, não podemos fechar os olhos e nos esconder da realidade, como o avestruz diante do perigo. Em sua missão profética, a Igreja enfrentará incompreensões e perseguição. Mas não devemos temê-las: valemos mais que dois pardais e os cabelos de nossa cabeça estão contados (cf. 10,30-31). Confessar a Cristo, “declarar-se a seu favor diante dos homens” (Mt 10, 32), é estar ao lado dos compromissos por Ele assumidos de libertação e salvação dos irmãos, através da iniciativa de amar com perseverança até o fim, sem esperar outra recompensa que o Amor mesmo. E o Amor é Deus!

O que então precisamos temer? Não o que mata o corpo, mas a morte da alma (cf. Mt 10,28). Esta morre de inanição, pela falta de oração, e de tristeza, pelo pecado. Por este motivo, Nosso Senhor nos ordenou vigiar e orar (cf. Mt 26, 41) e nos ordena orar sem esmorecer (cf. Lc 18, 1-8), como o Apóstolo Paulo nos recorda (cf. Ts 1,5,17).

Pode ser que, às vezes, possa parecer que nossa oração não seja atendida. Ensina-nos a Sagrada Escritura:  “Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça. Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência.” (Eclo 2,1-4).

Neste tempo, portanto, rezar, esperar, confiar e cuidar. Jesus nos garante que tudo que pedirmos ao Pai em seu nome, o Pai nos atenderá (cf. Jo 14, 13).

Peçamos a Nossa Senhora e a São José, peregrinos na fé, que obtenhamos dom da perseverança no amor e amizade com Deus.

+ Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro

* Foto: Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

2 comentários sobre “FÉ EM TEMPOS DE TRIBULAÇÃO

  • Dom Miguel. E a pura verdade. Não podemos nos esquecer de que mesmo nesta época que vivemos de ansiedade e temor por nossas famílias nossos irmãos pela incerteza do amanhã temos a fé que fiz não tenhais medo. Um grande abraço e Deus nos abençoe e nos guarde como diz padre yuri na palma da sua mão

  • Denise Maria Cambraia de Souza

    Reflexão profunda e mto bonita,escrita pelo nosso Bispo, Dom Miguel! Nada, nem ninguém, nos separará do amor de Deus. ELE é a nossa fortaleza, nosso porto seguro, Deus de amor. N’ELE esperamos e confiamos. É tempo de oração, de solidariedade, de união e mta fé. ELE é o Deus do impossível e vai nos livrar de todo mal dessa pandemia. Eu creio!

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