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O DESTINO ETERNO

Embora atualmente muitos não mais acreditem no Céu e no Inferno, estas duas realidades finais pertencem à Revelação e foram, mais de uma vez, ensinadas por Jesus. A mais clara afirmação delas se acha na alegoria do juízo final, apresentada no Evangelho deste domingo, em que o próprio Jesus se apresenta como pastor que separa a as ovelhas dos cabritos e como juiz universal. Ele é o Filho de Deus, pastor de seu povo, que procura a ovelha perdida, reconduz a extraviada, cura a ferida, fortalece a doente e alimenta todas (cf. Ez 34, 16); que não deseja que nenhuma delas se perca, e faz justiça entre carneiros e bodes (cf. Ez 34 17).
No mundo rural, ovelhas e cabritos, quando chega a tarde, têm destino diferenciado no redil, separados pelo pastor, segundo o seu modo de ser. Ovelhas são animais dóceis, em comparação com os irrequietos e desobedientes cabritos. Na alegoria evangélica, ovelhas e cabritos são imagens, tomadas do Antigo Testamento por Jesus, para falar do destino final de cada um de nós.
A solenidade deste domingo, o último do Ano Litúrgico, apresentando o final dos ensinamentos de Jesus, toca exatamente na nossa responsabilidade diante do destino eterno, quando todos ressuscitarão para o juízo e se verão diante do Senhor, constituído juiz universal. “Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa a ovelhas dos cabritos” (M 25, 32)
Não foi Deus quem criou o Inferno. Este nasce da separação definitiva do amor do Senhor, por escolha, culpa e responsabilidade pessoal. Deus criou o Céu, a felicidade perfeita ao seu lado, da Virgem Maria, dos anjos e dos santos e ao qual todos são chamados.
Ensina o Catecismo da Igreja, em seu número 1036: “As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um apelo urgente à conversão: ‘Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e espaçoso o caminho que levam à perdição e muitos são os que seguem por eles. Que estreita é a porta e apertado o caminho que levam à vida e como são poucos aqueles que os encontram! ’ (Mt 7, 13-14)
Mas quais são os critérios do julgamento definitivo? Jesus aponta claramente para as obras de misericórdia corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, visitar os doentes e encarcerados e acolher os peregrinos ou migrantes. Portanto, o critério sobre o discernimento entre justos e ímpios se dá pela caridade para com os mais pobres. Daí a frase tão conhecida de Jesus: “Tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos, a mim o fizestes” (cf. Mt 25,40).
Novamente o Senhor nos coloca diante de uma pergunta fundamental: “A quem serve e a que serve o que temos e recebemos em nossa vida? ” O que temos serve apenas para nosso enriquecimento ou também para o alívio dos sofrimentos do próximo?
Ter presente a fé na eternidade sem fim junto de Deus ou “o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25, 41b), dá-nos maior responsabilidade diante de nossas atitudes e da orientação de nossa vida, que têm peso de eternidade.
Acolher a Cristo como nosso Senhor e Rei é acolher os seus mandamentos e tudo o que nos ensinou. Cremos na ressureição da carne e no diferente destino de bons e maus, porque nos foram revelados por Jesus, em quem cremos e a quem foram submetidas todas as coisas (cf. 1 Cor 24-28). Seguir a Jesus é encontrar a vida verdadeira.
Neste domingo, também celebramos o Dia do Leigo que, discípulos de Cristo são chamados a exercer com responsabilidade seu sacerdócio comum pela santificação do mundo: na família, no âmbito profissional, da cultura e dos esportes, como verdadeiras testemunhas de Cristo. Rezemos por todos os leigos, para que, cada vez mais se comprometam com a construção de um mundo novo, onde todos sejam verdadeiramente irmãos.
Também, neste domingo, se realizam, de modo excepcional, as coletas das Campanhas da Fraternidade e da Evangelização em todas as igrejas católicas do Brasil. Participemos com nosso gesto concreto de apoio ao trabalho evangelizador e caritativo da Igreja em nossas paróquias.
E que o Cristo Jesus, Morto e Ressuscitado, reine em todos os corações e no mundo inteiro!

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