Nossa Casa Comum
A Campanha da Fraternidade deste ano nos apresenta, outra vez, de modo profético, a necessidade de cuidado com a casa comum que é o planeta Terra.
Depois de viver longo tempo de seca, nossa região se viu abençoada com a abundância das águas do céu. Muitos de nossos preciosos mananciais começaram a se recompor. Esta recuperação natural da Terra, organismo vivo, nos alerta ainda mais para a nossa responsabilidade nos cuidados básicos e diários: o destino do lixo, promovendo sua reciclagem; a conservação das nascentes, dos rios e da estradas vicinais para coibir o seu assoreamento.
Os desastres ambientais em Mariana, nos alertam ainda para novo e necessário paradigma na exploração dos recursos naturais não renováveis como são os minérios. Em nossas montanhas de Minas estão nossa beleza e nossa riqueza.
Mas, não podemos pensar a ecologia apenas em relação à Terra e seus animais. Há necessidade de assumir o compromisso com a ecologia humana, na expressão consagrada pelo Papa Francisco. A terra precisa ser o Jardim do Éden que Deus destinou para morada do homem. Jardim onde todos encontrem seu lugar para viver felizes e com dignidade.
O primeiro direito, base de todos os demais é o direito nascer e de viver. Não se fala legitimamente de ecologia quando se defende o aborto, a eutanásia e não se cria compromisso de acolhimento a todos as pessoas. A multidão de refugiados de guerra e os incontáveis mártires da perseguição religiosa dos tempos atuais continuam a denunciar a fragilidade de nossos discursos que nem sempre encontram realização em nossas vidas. Também o discurso ecológico sofre da hipocrisia dos tempos.
Como cristãos precisamos nos empenhar para que a Terra seja um bom lugar, onde todos, sem exceção encontrem seu lar e sua alegria até o dia em que Deus nos chamar ao seu convívio no Céu. Afinal, ganharemos nosso céu construindo-o na terra. Que o senhor em sua Misericórdia nô-lo permita.